O exercício físico é benéfico para o cérebro

Que o exercício físico faz bem à saúde certamente já ouvimos dizer. Mas já parámos para pensar como influencia a nossa saúde? Terá um benefício maior ao nível da saúde músculo-esquelética? Ou ao nível da saúde cardiorrespiratória? Será esse benefício genérico? Talvez. Contudo, e para além de tudo isto que já ouvimos dizer o exercício físico é, ainda, especialmente benéfico para um cérebro saudável!

E como é o cérebro afectado pelo exercício?

Aumento de neurotransmissores

Em primeiro lugar aumenta os níveis de dopamina, noradrenalina, serotonina e glutamato, ou seja, de neurotransmissores no sistema nervoso central. Estes funcionam um pouco como os mensageiros do nosso cérebro, aumentando assim as conexões ao nível cerebral.

Neurogénese

Além disso, actua na neurogénese, que é o processo de produção de novos neurónios que ocorre ao longo de todo o ciclo de vida. Este processo tende a diminuir com o envelhecimento mas, por sua vez, é estimulado pelo exercício físico devido à libertação do factor neurotrófico (BDNF) no córtex e no hipocampo. E ainda pelo aumento da proliferação, maturação e sobrevivência de células específicas que facilitam o processo da neurogénese também no hipocampo.

Neuroprotecção

Por último, mas não menos importante, o exercício protege os neurónios. A este processo dá-se o nome de neuroproteção, que acontece maioritariamente através de 3 formas. Numa delas, o exercício protege os neurónios através da preservação da integridade da barreira hematoencefálica. Tem também esse efeito ao fomentar a actividade do sistema responsável pela limpeza de produtos residuais e outros compostos do fluido intersticial, o sistema glinfático.  E ainda auxilia na degradação de substâncias nocivas aos neurónios.

Concluindo, todos estes mecanismos são a chave para a neuroplasticidade, que é a capacidade que o cérebro tem de se moldar, adaptar e mudar, tanto a nível estrutural como funcional. Corroborando que o exercício é benéfico para o cérebro! É esta capacidade fantástica do cérebro que está na base da reabilitação neurológica, na medida em que todos os cérebros têm a capacidade de se adaptar!

O exercício físico melhora a função cognitiva em doentes com DP

O exercício físico melhora a função cognitiva em doentes com DP?

A doença de Parkinson além de sintomas motores apresenta variados sintomas não motores, dentro dos quais a demência é um dos mais predominantes. Este é um sintoma que preocupa tanto a pessoa doente como os seus familiares, pelo impacto negativo que causa junto deles.

A boa notícia é que é possível preservar ou melhorar as funções cognitivas através do exercício físico em pessoas com Doença de Parkinson!

cognitive function

A revista PLOS ONE lançou uma revisão da literatura, onde procurou avaliar ao efeito do exercício físico na função cognitiva em doentes de Parkinson. Para tal, foram procuradas todas as publicações científicas dos últimos dez anos que avaliassem o pretendido.

Como resultado demonstrou-se que, em geral, os programas de exercícios físico promovem a preservação ou melhoria da função cognitiva em pessoas com Doença de Parkinson. Ainda foi possível apurar que as formas de exercício físico que melhores resultados obtiveram ao nível da função cognitiva foram: treino na passadeira, treino cognitivo combinado com fortalecimento e alongamentos, dança em especial tango adaptado. 

As melhorias mais significativas foram encontradas no treino de passadeira. contudo salienta-se os exercícios foram realizadas pelo menos duas a três vezes por semana durante 40 a 90 minutos em cada sessão, num período mínimo de 24 meses. 

Com estas evidências mais uma vez se aconselha a prática de exercício físico a todos as pessoas com Doença de Parkinson, preferencialmente o especializado. Visto que, o exercício físico realmente melhora a função cognitiva em doentes com DP. Para mais informações contacte-nos e fale com um dos nossos fisioterapeutas especialistas!

Efeito Protector do Exercício Físico nas Doenças Neurodegenerativas

Efeito Protector do Exercício Físico nas Doenças Neurodegenerativas

Não é novidade que a prevalência das doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson aumenta, significativamente, com a idade. Também é sabido que existem factores genéticos e ambientais que contribuem para o seu surgimento. Mas qual será o efeito protector do exercício físico nas doenças neurodegenerativas?


Segundo estudos científicos, o exercício físico possui um efeito protector ao nível da progressão das doenças neurodegenerativas. Mais especificamente, o exercício físico intenso aumenta o batimento cardíaco, aumentando por sua vez o fluxo sanguíneo no cérebro, estimulando diversos mecanismos neurobiológicos nos tecidos cerebrais que melhoram assim o funcionamento do cérebro.

 

Os efeitos Protetores do Exercício na Doença de Alzheimer 

Vários estudos suportam a ideia de que a actividade física é um instrumento poderoso na prevenção da Doença de Alzheimer e demência em pessoas idosas. Descobriu-se que o exercício físico reduz em 45% o risco de desenvolver demência. E também se estima que entre 13% a 20% dos casos de Alzheimer na Europa se devem a inactividade física.

Como pode proteger-se?

Realize actividades de intensidade moderada-vigorosa, pelo menos 3 vezes por semana: caminhar/correr, subir/descer escadas, andar de bicicleta, nadar, praticar aeróbica, hidroginástica, treino de força, treino de alongamentos, entre outras actividades.

 

Os efeitos Protectores do Exercício na Doença de Parkinson

Vários estudos sugerem que o exercício físico também pode prevenir o desenvolvimento da Doença de Parkinson. O risco de desenvolver esta patologia está inversamente associado à frequência e intensidade de actividade física praticada ao longo da vida e ao período em que a mesma é praticada.

Na pratica, o exercício físico revelou-se protector, particularmente, nas suas versões mais intensas e quando praticado entre os 35 e 39 e/até ao resto da vida. Podendo decrescer em 40%, o risco de desenvolver esta patologia.

Em relação à intensidade, a pratica de exercício de intensidade elevada apresentou um risco mais baixo, de cerca de 40%, de desenvolver a doença, comparativamente com a pratica de actividades de baixa intensidade. Outro factor que pode estar relacionado com o surgimento desta doença é o tipo de emprego, sendo que as profissões mais sedentárias apresentam maior risco ao invés de profissões mais activas.

 

Como se pode proteger?

Pratique actividades de alta intensidade, como andar de bicicleta, aeróbica ou ténis, pelo menos 3 vezes por semana e evite uma vida sedentária.

 

Em suma, o exercício físico demonstrou-se essencial na protecção das doenças neurodegenerativas. Tornando-se assim um verdadeiro aliado na prevenção de doenças como a de Alzheimer ou Parkinson. No entanto ainda não se sabe concretamente qual(ais) os melhores exercícios para proteger o nosso sistema nervoso destas doenças. Pelo que é importante a ajuda de um profissional especializado para que este intervenha adequadamente tendo em conta as características de cada um.

Tratamento da depressão: O exercício físico

O exercício físico ajuda a diminuir a depressão?

O exercício pode ajudar a diminuir os sintomas de depressão através da redução da inflamação. A inflamação tem sido reconhecida como um potencial contribuidor do desenvolvimento da depressão. Isto sugere que as terapias anti-inflamatórias, como o exercício físico, podem ser efetivas na prevenção e manutenção dos sintomas depressivos. Sabe-se que o exercício aeróbico reduz a depressão e a ansiedade. No entanto, a intensidade recomendada na prática do exercício físico está, ainda, pouco estudada.

Qual deverá ser a intensidade do seu treino se está a combater a depressão?

Um estudo observacional recente, elaborado com estudantes universitários sedentários (população em que o risco de desenvolver depressão é mais elevado) examinou o efeito de dois tipos de treino na depressão e inflamação.

O estudo observou os estudantes durante 6 semanas, em treino de intensidade intervalado, em treino contínuo moderado e um grupo sem exercício. Verificou-se o efeito dos diferentes treinos na depressão, ansiedade e stress percebido através do processo inflamatório. Estes causam alterações de comportamento que se revelam em sintomas de depressão major, incluindo a anedonia (perda da capacidade de sentir prazer), baixa de atividade e isolamento social.

O treino com intensidade moderada foi o que apresentou melhores resultados – diminuição dos sintomas depressivos e dos processos inflamatórios. O treino de alta intensidade diminuiu os sintomas de depressão, mas aumentou os processos inflamatórios – aumentando as perceções de ansiedade e stress. Os indivíduos que não praticaram exercício físico aumentaram os níveis depressivos, indicando que a diminuição da saúde mental pode ser muito rápida, quando expostos a situações de stress.

O exercício físico é assim uma ferramenta efetiva na gestão dos sintomas e na promoção da saúde mental.

Recomenda-se a prática de treino com intensidade moderada, em indivíduos em constante stress e pressão!

Se ainda não pratica exercício físico, esteja atento aos sinais do seu corpo e inverta a direção da sua saúde mental. O exercício físico tem uma forte influência no tratamento da depressão, ansiedade e stress. Não se esqueça que estes são só mais alguns dos inúmeros benefícios que o exercício físico tem, por isso, não há motivos para não praticar!

Atenção! No caso de ter alguma condição de saúde específica que cause limitações, fale com o seu médico ou profissional de saúde especializado. Saiba que é possível adaptar o exercício físico e que é benéfico para todos!

Entre em contacto connosco.

Consciência do Pavimento Pélvico Feminino

Sabe como contrair os músculos do pavimento pélvico?

Os músculos do pavimento pélvico são controlados, como qualquer outro músculo, pelo cérebro. No entanto, não conseguimos observar estes músculos como os restantes músculos.

Quando precisamos de realizar uma flexão do cotovelo, não precisamos de pensar quais são os músculos que precisamos de ativar para realizar este movimento. No entanto, quando queremos ativar a musculatura pélvica, temos que pensar qual é o movimento que precisamos de realizar.

Para conseguirmos uma boa contração precisamos de ter noção da sua localização e da sua função. Estes músculos localizam-se na parte inferior da pelve e são responsáveis pela manutenção da continência urinária e fecal, pela sustentação dos órgãos pélvicos e também, pela função reprodutiva, sexual e postural.

Os músculos do pavimento pélvico são de extrema importância para a saúde da mulher, no entanto, o conhecimento sobre esta musculatura, disfunções e opções de tratamento é reduzido. A falta de conhecimento do próprio corpo, dificulta a contração desta musculatura. Ou seja, é muito importante termos consciência corporal sobre esta região.

E como é que as mulheres podem ganhar consciência corporal em relação aos músculos do pavimento pélvico?

Através do ensino/treino da contração destes músculos, uma contração eficiente resulta numa elevação dos órgãos pélvicos e no fecho da uretra, vagina e ânus.

Cerca de 30% das mulheres não conseguem realizar uma contração dos músculos pélvicos apenas com comando verbal. Nestes casos, podemos e devemos recorrer à utilização do BIOFEEDBACK. Esta forma de tratamento ajuda a mulher a ter uma melhor consciência corporal dos músculos pélvicos e da sua contração.

A literatura tem evidenciado uma alta prevalência de disfunções relacionadas com os músculos do pavimento pélvico, sendo a incontinência urinária a mais prevalente. Esta, afeta mulheres de várias idades e, consequentemente, a qualidade de vida desta população.

 

Incontinência Urinária

Existem várias opções de tratamento disponíveis para a incontinência urinária, a primeira opção de escolha, deve ser o treino dos músculos do pavimento pélvico. Para que este treino seja ainda mais eficaz, é importante que o paciente esteja informado e motivado. 

Aconselhe-se junto de um profissional especializado!

Fui diagnosticado(a) com Doença de Parkinson… e agora?

Fui diagnosticado(a) com Doença de Parkinson… e agora?

Agora é hora de obter ajuda adequada ao seu caso. A sua vida não acabou!

É um facto que a Doença de Parkinson não tem cura, contudo, é possível controlar alguns dos sintomas e prevenir a progressão da doença – a intervenção precoce revela-se fundamental neste processo!

Procurar um Neurologista especializado

São muitas as variantes nas doenças neurológicas e só um profissional especializado poderá avaliar e diagnosticar devidamente o seu caso.

É fundamental que recorra a um neurologista experiente em Doenças do Movimento, em que se insere a Doença de Parkinson.

Formas de tratamento

O tratamento farmacológico é o primeiro passo mas, não menos importantes, são as terapias especializadas que atuam a nível físico, cognitivo e emocional. Estas funcionam como um complemento à terapia medicamentosa devendo ser encaradas como outro “medicamento” e realizadas com a regularidade devida. As mesmas ajudam a atenuar e a melhorar os sintomas motores e não motores, sendo fortes aliadas na prevenção da progressão da doença e não apresentando efeitos secundários.

Nesta doença, a intervenção precoce de uma equipa multidisciplinar é fundamental!

Procure tratamentos/terapias especializadas

É importante que procure uma intervenção especializada e personalizada, recorrendo a profissionais de saúde experientes em Doença de Parkinson.

Neurofisioterapia, Nutrição, Terapia da Fala, Psicologia e Estimulação Cognitiva são algumas das terapias aconselhadas, mas só após uma avaliação global do seu caso clínico, poderá compreender quais as melhores abordagens terapêuticas, a regularidade e a intensidade das mesmas.

Esclareça-se com o especialista!

Procurar informação faz parte do processo. Querer saber como funciona a doença, o que fazer e como é que ela vai influenciar a sua vida é natural. No entanto, a Doença de Parkinson manifesta-se de várias maneiras e nem sempre aquilo que lê na internet será adequado ao seu caso. Desta forma, é importante procurar fontes de informação credíveis e profissionais de saúde especializados na área que poderão responder às suas dúvidas.

Sabemos que é um caminho difícil, mas pode e deve procurar ajuda.